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La naissance du sens du temps: De l'ordre préréflexif à l'ordre symbolique

Résumé

O tempo constitui-se como um dos organizadores da mente. Como se desenvolve o sentido do tempo desde as primeiras formações protomentais até à consciência do tempo? A perspetiva fenomenológica-existencialista do tempo, a dimensão cíclica e a temporalidade dos processos fisiológicos ligam-se à natureza rítmica da intercorporalidade precoce, dando origem a experiências só possíveis no decurso do tempo e que se vão organizando em unidades cada vez mais complexas. Exploram-se diversas dimensões da relação com o tempo — tempo cronológico, tempo subjetivo, temporalidade, temporalização, historicização e progressão. Os precursores do sentido de tempo organizam-se desde os níveis arcaicos de funcionamento psíquico, o corpo — palco dos fenómenos fisiológicos —, para as modalidades pré-verbais de comunicação e ordem simbólica que dão origem à consciência do tempo, destacando as primeiras contribuições de Freud e a obra de André Green. A psicopatologia é uma fonte privilegiada de observação indireta que pode auxiliar na recuperação do traçado de desenvolvimento do sentido do tempo. Da fenomenologia psicopatológica às similitudes entre a linguagem filosófica de Heidegger e o discurso psicanalítico de André Green, finalizamos com vinhetas clínicas provenientes de trabalho clínico com pacientes adultos, recorrendo aos conceitos de reverberação associativa, antecipação anunciadora, irradiação associativa e movimento.

Mots-clés

Temps, Sens du temps, Phénoménologie, Principe de réalité, Psychopathologie

PDF (Português)

Biographie de l'auteur

Ana Mónica Dias

Mestre em Psicologia Clínica pela Universidade de Lisboa. Psicoterapeuta e Psicanalista; Membro Associado da Sociedade Portuguesa de Psicanálise (SPP) e da Associação Psicanalítica Internacional (IPA).


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