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A Clínica de Quarentena (a Quatro Mãos): Primeiro Andamento de Uma Psicanálise em Tempos de Pandemia

Resumo

Com o surgir da pandemia, no início de 2020, a proximidade física entre analista e analisando tornou-se não só interdita, como perigosa. Subitamente, os analistas foram obrigados a fechar as portas do consultório, e se alguns suspenderam o trabalho com os pacientes, a maioria iniciou um trabalho por via remota — a teleanálise.
Quatro analistas refletem na sua experiência no ajustamento do setting em tempos de pandemia: a especificidade da situação pandémica relativamente a outras situações em que a realidade externa impõe a utilização de um seguimento remoto; a forma diversa como a pandemia e a alteração do quadro foram vividas pelos diferentes pacientes, e pelos diferentes analistas, mostrando como em psicanálise se trabalha com o campo analítico e como cada díade, na relação transferência-contratransferencial, torna singular o que ali acontece.
A partir desta experiência múltipla de quatro analistas a «tocarem» a sua experiência única, tal como os músicos podem tocar em conjunto uma só sonata, cada um com a sua diferente melodia, foi possível fazer emergir uma série de questões, colocadas numa reflexão final.

Palavras-chave

Pandemia, Teleanálise, Alterações do setting

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