Saltar para menu de navegação principal Saltar para conteúdo principal Saltar para rodapé do site

Estados adolescentes da mente no processo analítico de pacientes adultos

Resumo

O tema da existência de uma narrativa adolescente no decurso de uma qualquer análise surge a partir do interesse teórico e clínico da autora sobre o processo adolescente. A autora constata que em certos momentos da análise de adultos se assiste a uma dispersão do sentimento de identidade, com uma confrontação e oposição dentro da relação analítica, e ate? a uma certa confusão nos papéis a ser desempenhados por cada um, dinâmica que exige o recentrar da postura analítica do próprio analista. Refletindo nestes movimentos, na concepção dinâmica do processo adolescente e nas qualidades requeridas do objeto contentor em todo este processo, a autora pensou na hipótese da existência de estados adolescentes da mente em qualquer análise de pacientes adultos, que requerem da parte do analista uma atitude clínica específica. Operacionaliza a sua hipótese com base nas ideias de Astor e Waddell sobre os estados adolescentes da mente como uma metapsicologia da adolescência, e nas conceções psicanalíticas do processo adolescente, nos objetos internos, nas teorias de Winnicott, na teoria do Campo e na escuta analítica. Por fim, recorre a uma vinheta clínica para a sua demonstração e reflexão.

Palavras-chave

Estados adolescentes da mente, Processo adolescente, Pacientes adultos, Narrativa adolescente, Escuta da escuta

PDF

Biografia Autor

Ana Catarina Duarte Silva

Psicóloga Clínica, Psicanalista. Membro Titular da Sociedade Portuguesa de Psicanálise (SPP), da Federação Europeia de Psicanálise (FEP-EFP) e da Associação Psicanalítica Internacional (IPA).


Referências

  1. Abram, J. (2012). DWW’s notes for the Vienna Congress 1971, A consideration of Winnicott’s theory of agression and an interpretation of the clinical implications. Em J. Abram (Ed.), Winnicott Today (pp. 303–330). Routledge.
  2. Abram, J. (2015). L’intégré paternel et son rôle dans la situation analytique. Journal de la psychanalyse de l’enfant, 2(5), 49–68.
  3. Alexandre, M. F. (2014). A Experiência Psíquica: Ensaio sobre a construção do processo analítico. Fenda.
  4. Astor, J. (1988). Adolescent States of Mind Found in Patients of Different Ages Seen In Analysis. Journal of Child Psychotherapy, 14(1), 67–80.
  5. Bion,W. (2014). Learning from Experience. Em C. Mawson (Ed.), The CompleteWorks ofW. R. Bion (vol. iv, pp. 247–365). (Original publicado em 1962.)
  6. Bion, W. (2014). Elements of Psycho-Analysis. Em C. Mawson (Ed.), The Complete Works of W. R. Bion (vol.v, pp. 1–86). (Original publicado em 1963.)
  7. Faimberg, H. (2005). The Telescoping of generations. Routledge.
  8. Faimberg, H. (2019). Basic theoretical assumptions underpinning Faimberg’s method: “Listening to Listening”. The International Journal of Psychoanalysis, 100(3), 447–462.
  9. Ferro, A. (2006). Psychoanalysis as Therapy and Storytelling, Routledge.
  10. Ferro, A. (2015). Entrevista a Antonino Ferro por Ana Belchior Melícias. Revista Portuguesa de Psicanálise, 35(2), 113–121.
  11. Ferro, A. & Nicoli, L. (2017). The New Analist’s Guide to the Galaxy. Karnac Books.
  12. Freud, S. (1948). Una Teoria Sexual. Em Obras Completas (vol. i, pp.767–818). Editorial Biblioteca Nueva. (Original publicado em 1905.)
  13. Green, A. (2000). On Thirdness. Em J. Abram (Ed.), André Green at the Squiggle Foundation. Karnac Books.
  14. Hinshelwood, R. D. (1989). A Dictionary of Kleinian Thought. Free Association Books.
  15. Klein, M. (1991). Sobre a Identificação. Em Inveja e Gratidão e outros trabalhos (pp. 169–204). Imago. (Original publicado em 1946.)
  16. Lima, M. C. (2017). Em que sítio da minha cabeça levo a Maria do Carmo? Da génese e destinos da identificação projectiva. Freud & Companhia.
  17. Meltzer, D. (1990). Sexual States of Mind. Clunie Press. (Original publicado em 1973.)
  18. Mijolla, A. & Mijolla-Mellor, S. (2002). Psicanálise. Climepsi.
  19. Penot, B. (2005). Psychoanalytical teamwork in a day hospital: Revisiting some preconditions for patients’ subjective appropriation.The International Journal of Psychoanalysis, 86(2), 503–515.
  20. Perelberg, R. (Ed.). (2018). Psychic Bissexuality. Routledge.
  21. Roussillon, R. (2015). An Introduction to theWork on Primary Symbolization. The International Journal of Psychoanalysis, 96(3), 583–594.
  22. Salgueiro, E. (1987). Breves reflexões sobre o narcisismo e o objecto estético na adolescência. Revista Portuguesa de Psicanálise, 8(1), 71–75.
  23. Spillius, E. B., Milton, J., Garvey, P., Couve, C. & Steiner, D. (2011). The New Dictionary of Kleinian Thought. Routledge.
  24. Waddell, M. (2018). On Adolescence. Karnac Books. Winnicott, D. W. (1971). Playing and Reality, Routledge.
  25. Winnicott, D.W. (1988). Human Nature, Free Association Books.
  26. Winnicott, D.W. (2011). Communicating and not communicating leading to a study of certain opposites. Em L. Caldwell & A. Joyce (Eds.), Reading Winnicott. Routledge (pp. 182–196). (Original publicado em 1963.)