Un matricide, figure des liens familiaux violents
Resumo
Matricídio: uma figura de laços familiares violentos
Se os assassinatos familiares não são os atos mais frequentes no registo da violência intrafamiliar, não deixam de ser exemplos paradigmáticos de violência na adolescência, ilustrando tanto a violência do adolescente, como a violência na adolescência. Esses assassinatos não são a realização de fantasias edipianas, mas, antes pelo contrário, o assassinato da fantasia edipiana. Refletem ainda uma fixação narcísica, tanto no adolescente como na família. A partir do caso de um adolescente com vinte anos na altura em que cometeu os seus crimes, gostaria de discutir a ideia de que o ato assassino intrafamiliar é muitas vezes, e antes de tudo, a expressão de uma dificuldade de separação - física, mas sobretudo psíquica - de outros membros da família durante a adolescência. Essa dificuldade limita drasticamente a possibilidade de subjetivação. Esse crime de sangue é também o sinal da incapacidade de elaborar psiquicamente as transformações pubertárias, num contexto de incapacidade do adolescente em ajudar-se a si próprio. O papel do meio ambiente é predominante neste tipo de crimes, na medida em que o funcionamento psíquico da família se organiza muitas vezes sob o modo da indiferenciação e/ou da incestuosidade
Palavras-chave
Parricídio, Violência, Fantasma da morte, Incesto, Subjetivação
Biografia Autor
François Marty
Psychologue, psychanalyste et professeur des universités. Il a été directeur de l'Institut de Psychologie (Université Paris Descartes) et du Laboratoire de Psychologie Clinique et Psychopathologie (LPCP) de 2007 à 2012. Il a été directeur du Collège International de l'Adolescence (CIA) de 2004 à 2012. Psychanalyste en liberal et directeur de la collection «Champs Libres» aux Éditions In Press (Paris).
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