L'analyste a-t-il un corps? Transformations corporelles en cours d'analyse
Résumé
Uma sessão de análise é um encontro não só entre duas mentes, mas também entre dois corpos. O analista utiliza o seu Ego-corporal na compreensão do paciente e este projecta os seus fantasmas no corpo do analista. É este corpo fantasmático que está presente no jogo transferência/contratransferência na díade analítica. E o corpo real do analista? Qual a sua importância? Este será talvez um corpo que, na sua neutralidade, lugar de continente das projecções do paciente, permanece «invisível», «silencioso» para o paciente, mas que se torna «visível» quando existe uma mudança: quando este se torna ausente (terapia remota) ou quando surge uma transformação no corpo do analista (por exemplo, gravidez, magoado), trazendo a emergência do «estranho», e mobilizando novas questões no interior do paciente e no par analítico. A partir da sua experiência como analista e da revisão do pensamento clínico de vários autores, a autora faz uma reflexão acerca da importância do corpo do analista. Propõe-se pensar este corpo a partir de duas perspectivas: (1) a relação corpo-mente e a forma como o analista utiliza o seu corpo no trabalho clínico; e (2) a forma como a transformação do corpo real do analista interfere no processo analítico.
Mots-clés
Corps d'analyste, Body-self, Contretransfert somatique, Grossesse, Thérapie à distance
Biographie de l'auteur
Rita Marta
Psicóloga clínica. Psicanalista. Membro associado da Sociedade Portuguesa de Psicanálise (SPP) e da Associação Internacional de Psicanálise (IPA).