Revista Portuguesa de Psicanálise https://rppsicanalise.org/index.php/rpp <p>A Revista Portuguesa de Psicanálise (RPP) é a publicação científica oficial da Sociedade Portuguesa de Psicanálise (SPP) e sua propriedade jurídica e intelectual.<br />eISSN: 2184-0016 | ISSN: 0873-9129 | ERC: 108631</p> Sociedade Portuguesa de Psicanálise pt-PT Revista Portuguesa de Psicanálise 0873-9129 Investigar em Psicanálise? https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/170 <p style="font-weight: 400;">Nas últimas décadas, tem sido debatido o estatuto científico da psicanálise, dos seus métodos de investigação e de produção de conhecimento. Numa perspetiva pluralista de ciência, defende-se a adequação dos métodos e instrumentos de investigação à especificidade do objeto de estudo. A psicanálise parte de uma conceção ontológica do sujeito dividido, conflitual e defendido. Partindo de uma investigação conceptual, ainda em curso, sobre o uso do conceito de contratransferência em psicanalistas, procurou-se construir um dispositivo adequado ao fenómeno em estudo utilizando uma metodologia psicanaliticamente informada. Recorreu-se à Entrevista Narrativa de Associação Livre (FANI) e à dinâmica que se estabeleceu no grupo de investigação, durante a análise do material, para aceder aos significados implícitos do conceito. Partindo da teorização de Bion sobre o pensamento, nomeadamente os conceitos de capacidade negativa, trabalho de sonho alfa e facto selecionado, refletiu-se e explicitou-se o processo subjacente aos procedimentos de análise das entrevistas. Assim, o presente artigo pretende dar contributos teórico-metodológicos para a clarificação da investigação em psicanálise fora do quadro analítico.</p> Filipa Falcão Rosado Teresa Santos Neves Sandra Roberto Orlando Cruz Santos Luís Martins Pote Direitos de Autor (c) 2024 Filipa Falcão Rosado, Sandra Roberto, Teresa Santos Neves, Orlando Cruz Santos, Luís Martins Pote https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 129 152 10.51356/rpp.441a8 Nota Editorial https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/226 Direitos de Autor (c) 2024 Jorge Câmara https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 5 7 A Interpretação https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/174 <p>A interpretação psicanalítica, tendo como referência os conceitos da bi-lógica desenvolvidos inicialmente por Ignacio Matte-Blanco —, remete-nos para uma multiplicidade de interpretações equivalentes. Embora formuladas de formas diversas, por diferentes analistas, têm em comum pertencerem à mesma classe proposicional. A interpretação permite-nos, pela translação, passar da simetria à assimetria, através da simetria, segundo Matte-Blanco. Neste artigo, partimos da simetria emocional para estabelecer diferenças e similitudes no processo de transformação através da análise. A experiência emocional é o foco deste trabalho analítico. É a capacidade do paciente pensar as suas experiências emocionais, tolerando a dor psíquica, que lhe permitirá atingir a sua verdade.</p> Manuela Harthley Direitos de Autor (c) 2024 Manuela Harthley https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 59 64 10.51356/rpp.441a3 Abordagem Psicanalítica Institucional em Territórios de Adições e Perturbação Borderline da Personalidade https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/184 <p>No presente trabalho, visa-se ilustrar, a partir da apresentação do caso clínico de uma jovem com problemas de adição e perturbação <em>borderline</em> da personalidade, acompanhada em psicoterapia psicodinâmica em contexto institucional ambulatório, a pertinência do pensamento psicanalítico e da compreensão da dinâmica transferocontratransferencial no acesso ao funcionamento mental e adesão ao tratamento destes pacientes de difícil acesso (Joseph,1975).</p> <p>Com base no material clínico e no enfoque conceptual da teoria da relação de objeto de Otto Kernberg (1976), da posição autista-contígua de Thomas Ogden (1989) e dos fenómenos de «formação de segunda pele» de Esther Bick (1968), propõe-se subsidiar a compreensão de manifestações de carácter sensorial que podem figurar nestes pacientes e ser atuadas no palco intersubjetivo da relação terapêutica, como formas de comunicação primitiva e inconsciente que visam recuperar sensações de existir, repor os limites do eu e a conexão emocional ao outro, associadas à precariedade identitária dos limites do self e ansiedades de dissolução ligadas a vivências de desamparo originário. São analisadas implicações clínicas e técnicas desta abordagem, no âmbito da intervenção terapêutica nestes pacientes.</p> Sandra Pires Direitos de Autor (c) 2024 Sandra Pires https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 65 82 10.51356/rpp.441a4 A Função do Desejo do Analista nas Entrevistas Iniciais https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/160 <p style="font-weight: 400;">No artigo, coloca-se em questão a função que exerce o desejo do analista para que o tratamento ocorra no primeiro tempo da análise: as entrevistas iniciais. Em um primeiro momento, discute-se o que se entende por desejo do analista, expressão formulada por Jacques Lacan para dizer que o desejo do analista não visa indicar um caminho que sugere como ele deve viver; antes, objetiva o bem dizer e, com isso, proporciona espaço para a emergência do desejo do sujeito do inconsciente. No segundo tempo, apresenta-se a passagem da queixa inicial à demanda de análise. Discute-se um recorte das entrevistas iniciais de um caso clínico, apresentado como vinheta clínica. Conclui-se que a emergência do sujeito, na entrada em análise, permite a interrogação de seu sintoma. Nesse contexto, busca-se evidenciar o desejo do analista como uma das condições necessárias para que a análise ocorra.</p> Maria Eduarda Freitas Moraes Direitos de Autor (c) 2024 Maria Eduarda Freitas Moraes https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 83 101 10.51356/rpp.441a5 La Complexite du Rire Humain https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/204 <p><strong>A Complexidade do Riso Humano: Uma Abordagem Multidisciplinar</strong></p> <p>Costuma dizer-se que o riso é, por um lado, exclusivo do homem e, por outro, que expressa alegria, prazer; finalmente, que é um comportamento automático e reflexo. Isso tudo reflete um mal-entendido fundamental da sua complexidade, que só pode ser explorado seguindo uma abordagem multi e interdisciplinar, incluindo dimensões biológicas, psicológicas e histórico-socioculturais.</p> <p>Assim, com a etologia, abordamos a fenomenologia do riso, sua ontogénese e sua filogénese, fatores da sua historicidade. Em seguida, com a psicologia, a psicanálise e a neurologia, em particular, exploramos as causalidades, externas e internas, que contribuem para o desencadeamento e produção do riso na sua complexidade. Distinguem-se três aspetos: o psicológico, com as suas componentes cognitivas e psicoafetivas inconscientes, o cerebral e a sua realização motora.</p> <p>Finalmente, considera-se uma abordagem sócio-antropológica do riso. Com base em factos históricos e etnográficos, desenvolve-se uma representação original das relações entre o riso e o risível, formando um sistema de comunicação «risível-riso». O riso ocuparia então uma posição intermediária entre esse sistema de comunicação risível e o das expressões emocionais, individuais e sociais. Este sistema inclui, em particular, algumas funções psicológicas e sociais.</p> Éric Smadja Direitos de Autor (c) 2024 Éric Smadja https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 105 120 10.51356/rpp.441a6 O Futuro no Divã https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/227 Direitos de Autor (c) 2024 https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 155 156 A Psicanálise e o Mundo. O Mundo e a Psicanálise https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/208 <p> bna</p> Miguel Calmon du Pin e Almeida Direitos de Autor (c) 2024 Miguel Calmon du Pin e Almeida https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 157 160 Perlaborações https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/221 Miguel Serras Pereira Direitos de Autor (c) 2024 Miguel Serras Pereira https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 161 163 «O Futuro do Divã» https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/222 Miguel Barros Direitos de Autor (c) 2024 Miguel Barros https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 165 168 El Amor y la Ternura en el Vortice del Adolescente del Futuro https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/220 Fernando Gómez Direitos de Autor (c) 2024 Fernando M. Gómez https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 169 172 1920, a Década da Viragem para a Ordem Materna https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/161 <p>Na história da psicanálise, a «viragem dos anos vinte» representa o momento em que a teoria (e consequentemente a prática) sofreu uma transformação radical com a introdução da dualidade da segunda pulsão em «Para além do princípio do prazer» (Freud, 1920) e da segunda tópica em «O Ego e o Id» (Freud, 1923). Mas o autor deste artigo considera que o ponto central dessa viragem foi em 1926 com a publicação de «Inibição, sintoma e angústia». A partir daí, as perturbações psíquicas não teriam mais a sua fonte na «angústia de castração», mas na «angústia de perda de objeto», e, em última instância, na «angústia automática» (Freud, 1926). Esta descoberta inaugura a psicanálise pós-freudiana e a nova clínica psicanalítica, cujo problema reside no tratamento das estruturas não neuróticas e das falhas ambientais primitivas. Mas Freud só pôde dar este salto graças à influência dos seus colaboradores mais próximos: Sándor Ferenczi e Otto Rank, que já tinham prestado especial atenção à problemática da ligação entre o bebé e a mãe. Foi sobretudo Ferenczi quem se empenhou nesta exploração, e por isso ousamos chamar-lhe o «Fundador da psicanálise contemporânea».</p> Uriel Garcia Varela Direitos de Autor (c) 2024 Uriel Garcia Varela https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 11 32 10.51356/rpp.441a1 A Metapsicologia do Analista https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/219 <p>Através do conceito original de <em>subjetividade</em> <em>primária do analista</em>, a autora destaca, examina e descreve analiticamente elementos subjetivos de natureza própria, idiossincrática da pessoa do analista, ativos na práxis analítica. Caracterizados pelas qualidades de <em>unicidade</em> e <em>alteridade</em> no campo analítico, tais fatores colocam em relevo e abrem novas perspectivas para o estudo do fator da metapsicologia do analista, diversa e complementar da metapsicologia do paciente. Sob a perspectiva intrassubjetiva, a subjetividade primária do analista é a matriz anímica, rocha-mãe sobre a qual repousa a escuta e sensibilidade analítica, podendo originar uma contribuição <em>constitutiva</em> e, de forma complementar, uma <em>contribuição institutiva</em> para o encontro dual. Sob a perspectiva intersubjetiva, os conceitos originais de <em>contratransferência criativa</em>, <em>estrangeira e viciosa</em> privilegiam a observação da vitalidade ou empobrecimento analítico de que a subjetividade primária se investe na trajetória analítica. Em circunstâncias habituais, a subjetividade primária do analista contém e faz vibrar, como um diapasão, o conteúdo mental do paciente. Sobrecarregada, porém, tende a funcionar como um diapasão rígido, em que o encontro das extremidades metálicas produz ruídos inaudíveis, ou, inversamente, como um diapasão hiper-reativo, gerando sons amplificados, excessivos, que impedem a natural<em> rêverie</em>, e, por consequência, limitam a formação do terceiro analítico intersubjetivo.</p> Idete Zimerman Bizzi Direitos de Autor (c) 2024 Idete Zimerman Bizzi https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 33 56 10.51356/rpp.441a2 Resenha sobre o Livro «Da Capacidade de Estar Só» de Celeste Malpique https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/196 <p>Foi lançado no dia 16 de Setembro de 2023, no Instituto de Formação e Terapêutica Psicanalítica no Porto, pela Editora Freud &amp; Companhia, o livro «Da capacidade de estar só» de Celeste Malpique. Fruto da elaboração da teoria e da vasta experiência clínica da autora, aborda um tema complexo e essencial da existência humana, com uma escrita clara e acessível, própria daqueles que têm a sabedoria e a generosidade de ensinar.</p> <p> </p> Isabel Quinta da Costa Direitos de Autor (c) 2024 Isabel Quinta da Costa https://creativecommons.org/licenses/by-nc/4.0 2024-06-30 2024-06-30 44 1 123 125 10.51356/rpp.441a7