TY - JOUR AU - Marty, François PY - 2021/06/30 Y2 - 2024/03/28 TI - Un matricide, figure des liens familiaux violents JF - Revista Portuguesa de Psicanálise JA - R. Port. Psicanálise VL - 41 IS - 1 SE - Artes, Literatura e Humanidades DO - 10.51356/rpp.411a4 UR - https://rppsicanalise.org/index.php/rpp/article/view/53 SP - 46-57 AB - <p><strong>Matricídio: uma figura de laços familiares violentos</strong></p><p>Se os assassinatos familiares não são os atos mais frequentes no registo da violência intrafamiliar, não deixam de ser exemplos paradigmáticos de violência na adolescência, ilustrando tanto a violência do adolescente, como a violência na adolescência. Esses assassinatos não são a realização de fantasias edipianas, mas, antes pelo contrário, o assassinato da fantasia edipiana. Refletem  ainda uma fixação narcísica, tanto no adolescente como na família. A partir do caso de um adolescente com vinte anos na altura em que cometeu os seus crimes, gostaria de discutir a ideia de que o ato assassino intrafamiliar é muitas vezes, e antes de tudo, a expressão de uma dificuldade de separação - física, mas sobretudo psíquica - de outros membros da família durante a adolescência. Essa dificuldade limita drasticamente  a possibilidade de subjetivação. Esse crime de sangue é também o sinal da incapacidade de elaborar psiquicamente as transformações pubertárias, num contexto de incapacidade do adolescente em ajudar-se a si próprio. O papel do meio ambiente é predominante neste tipo de crimes, na medida em que o funcionamento psíquico da família se organiza muitas vezes sob o modo da indiferenciação e/ou da incestuosidade</p> ER -